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terça-feira, 26 de novembro de 2013

PARTILHANDO VIVÊNCIAS, PROJETOS E ESPERANÇAS




Eu sempre fui mesmo que sem querer uma professora, mesmo que de início uma má educadora.
Fui a irmã mais velha, encarregada de ajudar nas lições dos irmãos menores, pois a minha mãe, coitada, não dava conta desse extra. Embora meu pai fosse professor de matemática, era também militar, e essa tarefa de “explicadora” sobrava para mim. Culpo-me até hoje pela má caligrafia que meu irmão caçula, embora morra de orgulho das suas conquistas. Além de militar, ele é graduando de Geografia, mais um futuro professor.
Na infância, eu era a culpada de dar os maus exemplos, de não ensinar direito, e embora pretendesse fazer magistério desde pequena, sempre fui desestimulada a isso, praticamente sabotada, porque já haviam definido que eu faria uma faculdade. Medicina, Engenharia ou Arquitetura? A profissão de professor nessa época já estava em franca decadência.
O grande problema é que não era isso que eu queria. Na época do antigo científico, eu já nem mais sabia o que realmente queria estudar para me profissionalizar. Sempre tive facilidade com matemática, desenho, música e gostava de redação, mas odiava as provas de Gramática, Geografia e Biologia. Eu não pensava seriamente em prestar vestibular, queria apenas ser professora. Mas quando viemos morar no Rio de Janeiro, eu fui matriculada no científico e logo depois a minha mãe adoeceu.
Aos dezessete anos, quando a minha mãe morreu, abandonei tudo, sabendo que estava rompendo laços eternos. Fugi de casa sabendo que não poderia voltar nunca mais. Abandonei a escola e também os meus irmãos, à loucura de um pai desesperado, vendo-se viúvo e responsável por três adolescentes, ainda mais com uma filha quase adulta e problemática como ele dizia que eu era. E talvez eu fosse mesmo.
 Quando resolvi fugir de casa, pensei que parcialmente solucionava um problema familiar, pois seriam, a partir da minha fuga, apenas dois para ele cuidar. Na época, parti sem arrependimentos, embora hoje eu me considere uma covarde, pois deveria tê-lo enfrentado apesar do medo. No entanto, naquela época, eu preferi evitar o confronto e tentar ser feliz.
Mas a vida dá voltas muito rápidas, e não demorou mais que um ano para eu ser a professorinha do MOBRAL de uma cidade litorânea, distrito de Maricá, onde eu também era manicure, sacoleira, diarista e, francamente falando, faltava-me didática, prática pedagógica, e todo o resto que eu nunca estudei para ser uma professora de verdade e conseguir alfabetizar um adulto. Durante essa experiência, eu me tornei quase “psicóloga de boteco”, era mais amiga que professora desses alunos, embora nessa época eu nem bebesse nada alcoólico, mas a minha sala de aula era um ex-botequim em frente à Igrejinha de Itaipuaçu.
Meus alunos adultos eram todos analfabetos funcionais. Quando escreviam era apenas o nome para votar. Esses alunos adultos me cobravam métodos de uma cartilha convencional, mas a metodologia do MOBRAL não era essa. Era uma espécie de Paulo Freire às avessas, e eu jamais consegui alfabetizar realmente sequer um adulto, no máximo formei mais um ou dois analfabetos funcionais. Mas, com as crianças do “MOBRALZINHO”, eu obtive pequenos êxitos, porque com eles eu tinha a possibilidade e a liberdade de trabalhar o lúdico por meio da musicalidade. Eu sabia pelo menos tocar violão e eles adoravam cantar.
De início, estava toda preocupada em ensaiar as músicas infantis recomendadas durante o treinamento, mas os pequenos me pediam para tocar “Fuscão Preto”. Eu também acabava ensinando tabuada cantada batucando nas carteiras, pois eu detestava as músicas bregas, embora vez por outra fizesse a vontade deles. Foi uma experiência única e mágica trabalhar com as crianças, pois o MOBRAL estava acabando na década de oitenta.
 Mas vida mudou novamente. Voltei para o Rio de Janeiro, reencontrei uma paixão adolescente, casei, tive meu primeiro filho, tornei-me uma senhora respeitável nos padrões burgueses. Embora sem o perdão do meu pai, a minha avó paterna de oitenta anos veio morar comigo e me ajudou a criar a minha filha. Na empolgação, eu tive mais dois meninos e, graças à ajuda dela, pude curtir a plenitude das infâncias das minhas crias sendo mãe e educadora deles em tempo integral.
Meus filhos antes da escola já estavam alfabetizados. Cada um no seu tempo e de acordo com nossas possibilidades fez atividades extras como cursinhos preparatórios e aulas de natação, mas todos estudaram o ensino básico em escolas públicas.
Eu sou do tempo que rezavam as lendas: “para respeitar o mar é preciso um susto”; “para aprender a andar de bicicleta tem de cair”, embora aos dez anos eu tenha ensinado meu irmão caçula de cinco anos a me levar de carona na bicicleta sem que ele tenha levado um tombo sequer.
Com os meus filhos também foi tranquilo esse aprendizado. Todos aprenderam sem grandes traumas. Apenas com rodinhas das mais baratas adaptadas às pequenas bicicletas, que se desgastavam rapidamente em um quintal enorme e, quando nos dávamos conta, eles já estavam andando de bicicleta sem as rodinhas. Eu não deixava meus filhos brincarem sozinhos na rua, tinha medo, pois naquela época ainda não existia asfalto no loteamento onde moramos.
O pretenso Condomínio Terra do Sol – Jacarepaguá, em 1993 ainda era apenas uma rua de barro batido sem saída, com os bueiros sem tampa, poucas residências e muitos terrenos desocupados, verdadeiros matagais com gambás, micos, corujas, ratos, lixo e novas construções insurgentes a cada nova estação. Um verdadeiro perigo para as minhas crianças pequenas que até então foram criadas em um apartamento no Grajaú com playground e parquinho.
Para compensá-las, transformei o nosso quintal em um verdadeiro jardim de infância com direito à casa de boneca com caixa de jogos, livros infantis e instrumentos musicais, escorrega, balanço, piscina de fibra mínima – diâmetro de dois metros com altura de cinquenta centímetros – e um tanquinho de areia. Passou a ser um local onde eles podiam trazer seus amiguinhos aos finais de semana e se divertir a valer.
A primeira vez que me senti professora foi quando ensinei meu bebê com menos de um ano a mergulhar naquela minúscula piscina. Depois coloquei todos os filhos em aula de natação com uma professora de verdade, e todos aprenderam a nadar e respeitam o mar.
Mas o momento que me senti uma baita professora das minhas crianças foi quando retornou a moda dos patins. Eu não sabia andar de patins, na verdade, tinha alguns traumas da infância longínqua. Na casa de meus pais, era um par de patins para três crianças, e, quando eles estavam nos meus pés, alguém sempre me empurrava e eu caía. Desisti de tentar aprender a patinar na juventude.
Mas, comprei para meus filhos um par de patins para cada, com todos os protetores necessários e ensinei-os dentro de casa mesmo, eram poucos móveis na sala e, como eles eram tão pequenos, a minúscula casa parecia o corredor de um palácio.
 Quando todos aprenderam, animei-me. Convenci-me de que assim como eu soube ensinar-lhes, também aprenderia. Comprei meus patins, pratiquei em casa e depois fui para a rua com minhas crianças. Fase muito boa curtir minhas crias e a rua recém-asfaltada de nosso condomínio.
Em 2009, com os filhos praticamente adultos, para a decepção de alguns, passei no vestibular do Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro – ISERJ, uma instituição pública e centenária, referência dos anos dourados da educação pública. Retomei o sonho de infância de ser uma professorinha, e uma das minhas primeiras ações foi abrir um blog para ser uma espécie de caderno virtual da minha turma, compartilhar minhas impressões, dividir com os amigos o nosso aprendizado e me apropriar dessa nova ferramenta educacional. Porém, o blog Pedagogia Iserj tomou uma amplitude que eu nem pretendia, e hoje já tem mais de quarenta e cinco mil acessos.
Por conta desse primeiro blog, ainda em 2009, fui convidada a compor a nova chapa do Centro Acadêmico Cecília Meireles – CACM, simplesmente para abrir um blog para o CACM-ISERJ e podermos deixar públicas as ações dessa representatividade estudantil que estava na transição do Curso Normal Superior para Pedagogia. Fiz parte do CACM até 2012 e também fui conselheira estudantil no colegiado acadêmico do ISERJ durante 2011 e 2012.
Ainda em 2010, enquanto cursava o segundo período de Pedagogia, a convite da minha filha Fernanda, graduanda de Letras na UERJ e de Fabiana Rosa, graduanda de Pedagogia da UERJ, passei a colaborar em um projeto delas junto ao Abrigo Ayrton Senna em Vila Isabel que batizamos com a sigla EAC – Espaço de Aprendizagem Cultural. Duas vezes por semana, durante a tarde, íamos ao abrigo e ficávamos na biblioteca emprestando livros, contando histórias, realizando atividades de leitura e escrita da forma mais natural e lúdica possível. Utilizávamos filmes, músicas, parlendas, dinâmicas de grupo. Muitas vezes era difícil, pois a diversidade da turma era gritante. Tínhamos crianças que estavam alfabetizadas, mas isso não era a regra e ainda faltava-me a prática e a didática de uma professora alfabetizadora.
Para conseguirmos voluntários ou estagiários e podermos dar um atendimento diário às crianças do abrigo, Fernanda e Fabiana escreveram o Projeto EAC e tentaram institucionalizá-lo pela UERJ, mas nada conseguiram. Com a autorização delas, abri o blog Projeto EAC e resolvi tentar essa institucionalização no ISERJ. Sob a coordenação da Malu, atual coordenadora de Pesquisa e Extensão, o projeto foi lindamente reescrito e melhor fundamentado. Porém, apesar de aprovado na reunião do colegiado acadêmico em 2010, o projeto morreu engavetado no setor de estágios do ISERJ, e a ideia de aproveitar aquele espaço no abrigo para estágio obrigatório em espaços não escolares não vingou.
Mesmo assim perseveramos em nosso intuito de levar o projeto adiante durante uns dois anos, mas o espaço conquistado acabou tendo outro destino, voltou a ser espaço de acolhimento de jovens adolescentes que viviam nas ruas em condições de risco.
Em 2011, tornei-me pesquisadora do Projeto Aprender nas Ruas: um projeto transdisciplinar de educação – ProAR, coordenado pela Bia Albernaz. Um projeto com apoio da FAPERJ que nasceu por conta de outro blog, o Cidade Educativa – RJ, criado para publicar os textos produzidos pelos alunos de Pedagogia da disciplina Estudos Interdisciplinares do Rio de Janeiro. E não posso negar que essa experiência de um ano como pesquisadora colaborou para ampliar a minha visão de mundo sobre o que pode ser uma educação transformal além dos muros e grades de uma instituição, pois segundo Jam Clam “A sociedade é, além do privado e do público, o lugar de dissolução de sua diferença”.
Acreditando nesse propósito, comentei a proposta do Projeto EAC em uma reunião com um coletivo que conheci pelo Facebook em 2012 por conta da pesquisa do ProAR. O pessoal da Rede Norte Comum ligado ao SESC-Tijuca abraçou a ideia e está fazendo a diferença para esses jovens no abrigo Ayrton Senna. Esse coletivo tem realizado um trabalho diferenciado por lá com oficinas de produção e edição de vídeo, dobraduras, reciclagem, horta orgânica, debates, etc. Uma vez por mês, nas tardes de sábado, também promovem por lá um evento cultural chamado Ocupa Ayrton onde, compartilhando suas ações nas suas redes sociais, arranjam mais voluntários para disponibilizar aos jovens em condição de acolhimento várias formas de lazer e cultura por meio da arte e da música.
Mas foi principalmente durante essa experiência no Projeto EAC que percebi a real necessidade de investir paralelamente na minha formação contínua com mais especificidade e afinco na alfabetização. Assim, em 2010 decidi fazer o II Curso de Extensão do GEFEL, no qual conheci a Margaridinha e por um semestre também participei como voluntária no seu Projeto Investigativo Lendo e Escrevendo junto às crianças do 5º ano do CAp-ISERJ.
Passei a fazer parte desse grupo de estudos e a ser uma das responsáveis pelas atualizações do blog para a divulgação nas mídias eletrônicas das Sextas no GEFEL, minicursos que acontecem sempre nas tardes das últimas sextas-feiras de cada mês em nossa sala no ISERJ e também divulgar outros eventos ligados à educação nos vários blogs e pages que administro.
No primeiro semestre de 2012, o GEFEL realizou o I Seminário que, além das excelentes palestras no Teatro Fernando Azevedo, também promoveu oficinas nos outros espaços do ISERJ. No segundo semestre, está acontecendo o III Curso de Extensão e, além do quantitativo de inscritas, a frequência das alunas nas manhãs de sábado nos surpreende. Algumas são professoras recém-aprovadas no último concurso público e nos emocionam com suas vivências.
Agradeço ao GEFEL por partilhar suas práticas, dúvidas, equívocos e me acolher no grupo como se eu já fosse uma professora. Nossas reuniões são ímpares para o meu aprendizado, pois é por meio do relato reflexivo sobre a prática diária dessas professoras-pesquisadoras que aprendo a cada encontro em nossas rodas de leitura como se cresce com dignidade, orgulho e prazer nessa profissão.

Além de continuar estudando, uma das minhas ambições pessoais é um dia colocar em prática um projeto ainda inconcluso focado na alfabetização com os jovens das classes populares que fracassam na escola por causa do nosso sistema escolar público excludente e hegemônico. De preferência, um projeto autofinanciável por crowdfunding, gerido por um conselho democraticamente eleito, sem obscuros fins lucrativos, políticos ou pessoais. E não necessariamente ligado a uma instituição escolar que burocratize e dificulte as ações afirmativas por uma questão de disputa de egos ou simples politicagem. Com uma licença poética de Lampeduza, muitas vezes parece que apenas sugerem mudanças para que tudo permaneça como está.

No Brasil, todos os jovens têm direito à educação básica garantido em lei. Têm de estar obrigatoriamente matriculados em alguma escola. Mas alguns vivem eternamente marginalizados dentro do sistema escolar público e excluídos socialmente nas possibilidades de conseguir um trabalho menos braçal na vida adulta, pois, de fato, não se percebem sujeitos alfabetizados com condições de prosseguir em seus estudos e ambicionar uma vida melhor. E o mais triste é que esses jovens acreditam que a culpa por não estarem plenamente alfabetizados é exclusivamente pelo desinteresse escolar deles quando ainda eram crianças e por conta de suas famílias desestruturadas. Como se pertencer a uma família desestruturada fosse prerrogativa apenas de quem é pobre e o único determinante do fracasso escolar.
Por isso, mesmo atualmente participando de outros grupos de estudo e pesquisas mais ligados à Filosofia e à Sociologia, continuo a apostar no GEFEL como fundante para uma melhor formação pedagógica dos profissionais que acreditam na alfabetização como o diferencial necessário aos nossos jovens sobreviventes das violências diárias vividas em nossas comunidades escolares ou grupos sociais.
Compartilhar as experiências de quem vivencia verdadeiramente essa realidade no chão da escola pública é um privilégio de poucos. A preleção do GEFEL é muito diferente dos que apenas teorizam e problematizam a educação, mas preferem mantê-la como está construindo para as crianças e professoras das classes populares muros cada vez mais altos ao invés de pontes.

Referência Bibliográfica:
VALLIM, Mônica. "Partilhando projetos, vivências e esperanças". In: SANTOS, Margarida dos et al. Exercícios de autoria: histórias de vida, narrativas de formação docente do/no GEFEL. Rio de Janeiro: Câmara Brasileira de Jovens Escritores, 2013.



domingo, 24 de novembro de 2013

ELEIÇÕES DO CENTRO ACADÊMICO CECÍLIA MEIRELES 2013/2014

Chapas quente! 
Entre a cruz e a caldeirinha. 
Foco ou Transparência? 
Eis a questão! 
A composição das chapas está disponível no Facebook 
A eleição será nessa quarta e quinta-feira, 27 e 28 de novembro. 
Participe!!!
Vote!


sábado, 26 de outubro de 2013

COLETIVO CARRANCA DENUNCIA



Às 18h50 de ontem (25.10.2013), o Sepe através de seu site (www.seperj.org.br) publicou nota comunicando o fim da greve dos professores do município do Rio de Janeiro, enquanto na verdade, nesse horário, iniciava-se o processo "final" de votação (final, pois foram várias votações sem resultado).



Às 19h38, de forma muito confusa e com votos anotados em pedaços de papel, foi feita a comunicação oficial do resultado da votação, quase uma hora depois da comunicação na internet.


As informações podem ser verificadas através do vídeo 
Basta observar nas informações do vídeo, o horário do início da transmissão (18h08), em teoria 22 minutos depois deveria ser anunciado o resultado e não é o que acontece.

Às 3h45 (madrugada de hoje) o site da SEPE foi Hackeado e a informação de horário não pode mais ser verificada, mas a equipe do Carranca fez fotografias de todas as telas antes que a invasão acontecesse.







FOTOGRAFIAS DAS TELAS:https://www.facebook.com/media/set/?set=a.538271729591274.1073741847.512944915457289&type=1&l=efbe6974d7 (informações pessoais foram desfocadas por motivos óbvios) 

Se é para acabar com a greve que seja de uma forma justa e limpa.


Enfim, o site do SEPE já foi recuperado e está no ar novamente para acalmar os ânimos dos sindicalizados mais exaltados tão contrários a essa invasão hacker que passaram grande parte desse lindo sábado revoltados, discutindo essa ação truculenta, anarquista, individualista e autoritária. 

Mas, ao que parece, a única coisa que desapareceu do site do SEPE foi realmente o anúncio antecipado do resultado da assembleia de ontem, 25/10/2013, com o respectivo horário de postagem. 

 Mistérios!



O SITE DO SEPE FOI HACKEADO




"Direção pelega com a base não tem arrego! 


Ontem foi, de longe, um dos dias mais tristes pra mim. Depois de mais de dois meses de luta intensa e com os nervos à flor da pele, acaba a greve da rede estadual de ensino. E perdemos a luta. Perdemos feio...

A minha tristeza não é pela derrota em si. Sou da base da pirâmide social. Sou do povo, sou um dos "zé ninguém". E, como se não bastasse, eu me oponho a essa realidade hipócrita e desigual que me cerca. Para quem está nessa posição, tomar na cabeça não é novidade. É preciso saber viver as derrotas.

Mas a minha tristeza e indignação está na forma como a derrota se deu. Quando cheguei na assembleia hoje, percebi que muitos dos que estavam ali nunca tinham ido às assembleias, sequer participaram do movimento grevista. Rostos que, ao que parece, costumam aparecer em momentos estratégicos, para neutralizar uma luta que não foi lutada por eles, mas por outros colegas de profissão que, corajosamente, enfrentaram Deus e o resto do mundo para defender uma educação de qualidade e popular.

Muitos colegas grevistas estavam cansados, e queriam jogar a toalha, sobretudo depois da facada nas costas que a direção do sindicato deu na própria categoria que ela deveria defender. Esses colegas eu respeito, pois joga a toalha quem briga e chega no seu limite. Mas se mobilizar para votar contra um movimento do qual não se fez parte, isso é, para mim, o cúmulo da imoralidade, da falta de caráter.

É muito complicado se opor à ordem social na qual se vive. E aqui no Brasil vivemos numa realidade particularmente cruel. Uma democracia que permite que partidos recebam "doações" (na verdade, investimento) de grandes empresas; com currais eleitorais dominados por milicianos; com a grande mídia totalmente comprada; e com um governo que funciona seguindo uma lógica própria, a lógica dos "Amigos dos Amigos", à revelia dos anseios da população.

Ainda assim, mesmo dando murros em ponta de faca, eu prefiro me opor a essa realidade social mesquinha e violenta na qual vivemos do que me calar diante dela. Calar-se diante das injustiças é ser tão imoral quanto a própria injustiça. Eu me recuso a fazer isso.

A greve da educação, pelo momento no qual ela foi deflagrada, tinha tudo para obter ganhos históricos de fato. Mas perdemos porque lutamos contra um governo truculento e descompromissado com a população; perdemos porque lutamos ao lado de um sindicato que serve mais a seus interesses partidários do que a qualquer outra coisa; e perdemos porque muitos dos colegas docentes que reclamam de tudo e de todos na sala dos professores simplesmente se fizeram de mortos diante da greve, isolando quem teve coragem para dar a cara a tapa.

To profundamente triste e me sentindo derrotado como poucas vezes me senti na vida. Penso nos meus alunos e na minha escola sem a mínima infraestrutura para atendê-los, uma das milhares de escolas-de-faz-de-conta da rede estadual de ensino. Achei que sairia dessa greve com alguma garantia de melhoria para eles. Mas saio dela da mesma forma que entrei: um professor solitário, que se sente matando um leão por aula para tentar estimular seus alunos a viverem uma instituição que não os representa e não os acrescenta em nada.

Mas faço e sempre farei das minhas aulas uma tentativa de apresentar aos alunos uma interpretação crítica e contestadora do mundo e uma ideia de como agir nesse mundo, no sentido de mudá-lo. Mesmo com um mísero tempo de aula por semana, isso o Estado e a direção Sepe não conseguirão tirar de mim...


Até a próxima, meus caros..
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SEPE vendidos, não me representa


A trilha sonora abaixo faz parte do 'VANDALIRISMO' 










sexta-feira, 25 de outubro de 2013

A GREVE DOS PROFESSORES NO RIO DE JANEIRO

Mônica Vândala

A grande lição que fica dessa linda mobilização dos professores arrastando multidões nas ruas é que depois de uma batalha perdida é preciso curar os ferimentos, se reorganizar e continuar lutando contra esse sistema tão injusto. 
Todas as vezes que uma greve dos professores é interrompida dessa maneira pelega pelo sindicato a sensação de traição é muito estranha e incômoda. É uma tristeza absurda vê-los derrotados mais uma vez pelo sistema e suas orquestrações ordinárias.
Sei que muitos pais, alunos de escolas públicas, e muitos colegas da graduação discordarão de mim. Pensam que ganharão alguma coisa com essa reposição de aulas e com seus diplomas nas mãos no tempo previsto. Mas na realidade é a sociedade que perde quando essa grande massa acredita que o caos educacional que vivemos é culpa do professor ou das greves. O Estado realmente é muito bonzinho conosco, não é?
Reposição de aulas não mudará nada futuros pedagogos iludidos! Muitos de nós depois de formados seremos apenas mão de obra abundante e mais barata para atender os interesses governamentais desse país. Da mesma forma que os estagiários são para a Prefeitura do Rio.
Como bem ouvi de Miguel Arroyo ano passado num Colóquio na UFF - "As questões a serem pensadas em educação são muito sérias", e ouso acrescentar que as intenções políticas e econômicas mundiais por trás dessa nossa educação pública devem ser as piores para a grande público que dela precisa, os pobres brasileiros.

Afinal, a burguesada que educa seus herdeiros em boas escolas particulares para o mando e para a política, precisa de trabalhadores pobres, dóceis, mediocremente educados que se sujeitem à baixos salários para manter tudo como está. Se houver mudança nesse esqueminha fuleiro fica ruim para quem? Para mim é que não é.
Quando você percebe a manipulação dos noticiários alinhavada com os interesses eleitoreiros dá nojo. Mas quando você atenta para essa alienação de futuros professores que ainda se enxergam infantilmente apenas como 'alunos' em formação sendo prejudicados com a greve ou quando suspendem o jantar no ISERJ, dá pena e medo do futuro da nossa educação pública e da merenda escolar das crianças. Sério, sem ironia ou sarcasmo. E isso é muito grave quando você pensa o que é essa ideia de educação pública nesse modelo que um dia acreditei, mas agora entuba sorrindo e sem vaselina professores grevistas, alunos apoiadores e ainda recebe aplausos pelo final da greve.
Coloca na conta do Cabral, do Dudu e desse sindicato pelego. Perfeito, Dilmão!
Privatiza a educação pública também, já que nunca sobra verba pública para reais investimentos nela!
Enfim, o fato é que se a greve dos professores acabou dessa forma tosca e banal, sem nenhuma reivindicação atendida, a luta certamente continuará. É vida que segue com sabor de derrota e desejo de justiça. Mas não essa justiça do Luiz Fux, ok?
E a todos os bravos mestres que participam dessa luta, que me inspiram mudanças, me dão consciência do meu papel político na educação e me tiram dessa condição de 'ser sem luz' buscando apenas uma diplomação, dedico essa música com o meu carinho, respeito e admiração. Sempre.




NOTA DOS PROFESSORES DO ENSINO SUPERIOR DO ISERJ EM GREVE http://sindpefaetec.org.br/?p=2637


domingo, 29 de setembro de 2013

CURTI



"Segundo a Folha de São Paulo, Lobão promete abordar sobre o mensalão e outros assuntos do momento."

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

A FÓRMULA MÁGICA DA EDUCAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA

Primeiro deixam um abismo praticamente intransponível na educação básica entre a rede pública e a particular aumentar durante algumas décadas. Mas a culpa é da ditadura.
Depois criam programas maravilhosos para tentar forjar índices de escolarização.
Essa é a fórmula do sucesso da nossa educação pública revolucionária.
PT saudações.


Após 21 anos, alunos de São Paulo terão lição de casa, nota e boletim !!!

FONTES:

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

UPPs

"Essa charge, que foi criada há algum tempo atrás, faz uma crítica à implantação das UPPs pelo governo do Estado. Hoje, a pertinência dessa crítica se torna cada vez mais óbvia."

sábado, 3 de agosto de 2013

A CIGARRA, AS FORMIGAS E A DONA JOANINHA

Mônica Vândala

Por conta da fábula “A cigarra e a formiga” a Cigarra resolver se distanciar sutilmente das companheiras formigas. Buscou outros grupos de convivência que apreciassem o seu canto anunciando o verão, e nas outras estações do ano ela poderia fazer atividades que mais lhe agradassem. Assim, foi parar numa escola para ter ao menos as migalhas da merenda escolar da educação básica nos dias mais frios. E durante as noites poder ficar abrigada escondida num canto qualquer da biblioteca sem dever favor a ninguém lendo o que bem quisesse durante as madrugadas.

Foi assim que a Cigarra descobriu a internet. Navegando na rede leu várias versões reescritas daquela fábula estapafúrdia do tal La Fontaine. Já existia até a “Fábula da Fábula” cantando em versos o seu descompromisso com trabalho. A Cigarra ficou triste? Até poderia, mas não ficou.

A Cigarra inventou que também poderia escrever histórias infantis, afinal escrever para crianças não parecia ser algo assim tão complicado. A Cigarra achava que difícil era escrever para gente grande. Criança acredita em ovos do coelhinho da Páscoa e em papai Noel. Seria moleza, pensou!

Mas mal começou a rascunhar uma fábula a Cigarra percebeu que precisaria estudar mais. Escrever não é tarefa tão fácil assim para quem não encara esse hábito como um exercício diário de leituras e reescritas. E não devemos desconsiderar que as crianças de hoje parecem que já nascem conectadas ao mundo virtual. Fuçam tudo sem ao menos saber ler o manual, do controle remoto ao tablet elas arrasam! Mal aprendem a ler e já saem buscando assuntos variados que lhes interesse. Leem várias histórias online nos mais variados formatos, baixam desenhos e filmes, assistem o que bem querem nos seus canais prediletos do Youtube. Pena que as crianças pobres não têm esse acesso à internet facilitado na infância nem mesmo nas escolas.

Fora o fato de parecer que já haviam escrito fábulas de tudo que é bicho e de tudo que é jeito. Mas vocês pensam que ela desistiu de escrever?

Há muito tempo  a Cigarra aprendeu o significado da palavra resiliência.

Resolveu que poderia ser mais fácil se tentasse escrever sobre algo que lhe desse prazer, mesmo que não fosse exclusivo para crianças. Mas o que seria? Sobre o quê ela poderia escrever?

Por causa de La Fontaine todos já sabiam do que ela mais gostava. Toda cigarra tem alma boêmia e adora cantar. Embora isso parecesse até um grande pecado para os que defendem a meritocracia e gostam de criaturinhas teleguiadas como as formigas e as abelhas que trabalham como escravas apenas para manter o  status quo de suas rainhas. Enfim, esse é um sistema complexo onde os fins justificam os meios, e muitos ainda se sentem seguros assim.

Porém, o que ninguém sabia de verdade é que a Cigarra também gostava de brincar de percussão corporal com crianças e na escola ela aprendeu que poderia escrever sobre o que quisesse, "do parto sem dor ao homem na Lua". Bastava buscar teóricos para fundamentar seus argumentos e ter disposição para ler e escrever com afinco citando honestamente as fontes.

Assim, a Cigarra resolveu que poderia escrever sobre Percussão Corporal! E escreveu um trabalho inicialmente bem simples e até medíocre. Apresentou-o timidamente a um seleto público em um Seminário local. Mas quem leu o trabalho achou que ela poderia escrever mais profundamente sobre o tema e quem sabe poderia inscrevê-lo em um congresso internacional? A ideia pareceu-lhe boa! E foi isso que a Cigarra fez.

Reescreveu com capricho todo o trabalho tranquilamente em formato de oficina, pois pesquisar e escrever não eram mais nenhum bicho de sete cabeças pra ela. Percussão Corporal: o aprendizado dos pés à cabeça foi o título que a Cigarra considerou mais apropriado ao trabalho que escreveu sozinha.

Aconteceu que durante a inscrição desse trabalho no congresso a Cigarra viu nas instruções do site que poderia colocar algumas colegas como coautoras, e pensou alto:
- Por que não? Que mal há nisso? Compartilhar saberes é uma ideia tão boa!

Foi assim que a Cigarra compartilhou sua autoria e colocou como coautoras a Borboleta, a Libélula e a Dona Joaninha, mesmo sabendo que ela era muito amiga das formigas.

***

Assim que o trabalho foi parcialmente aceito todas ficaram muito alegres e eufóricas. Porém, foi aí que a Cigarra começou a perceber a cilada em que se meteu.

Por exigência da comissão científica ainda precisavam descrever minimamente as atividades que fariam nessa oficina, além de reenviar essa reescrita em arquivo PDF dentro de um curtíssimo prazo e na formatação exigida.

Além disso, para apresentar de maneira minimamente decente um trabalho sobre percussão corporal em formato de oficina e com duração de quatro horas para um público adulto e crítico é preciso alguns ensaios para que a afinação desse grupo seja uníssona durante a apresentação ou então, muito descaramento.

Mas reunir-se para ensaiar com suas colegas estava parecendo a missão mais impossível do Rio de Janeiro naquele primeiro semestre tão tumultuado de 2013. Já estavam quase ao final do mês de maio e nada ainda do sonhado ensaio coletivo.

Houve greve de professores e as manifestações explodindo feito milho de pipoca em chapa quente quase diariamente em toda a cidade maravilhosa por causa de várias insatisfações populares de um povo já tão cansado de sempre agir compulsivamente como formiga e abelha.

Ouvi dizer que um tal gigante havia acordado muito pe da vida!

Você acredita que essas manifestações nas ruas começaram por causa da desocupação arbitrária da Aldeia Maracanã e culminaram por conta do aumento de vinte centavos na passagem dos ônibus? Pois é.  Foi  um tal de MPL – Movimento Passe Livre de São Paulo que era patrocinado inclusive pelo PT que começou tudo isso que explodiu em várias manifestações populares pelas capitais do Brasil. Os noticiários nacionais chamavam os manifestantes brasileiros de vândalos e baderneiros. Alguns políticos tentaram até nominá-los de terroristas e propuseram que leis fossem criadas para puni-los exemplarmente relembrando os tempos da ditadura onde o povo não podia sequer reclamar!

A Tropa de Choque do Cabral jogava bombas em cima deles sem dó igual nos filmes de guerras, e assim, sempre tinha início algum quebra-quebra dantesco e colossal, pois até manifestante pacífico estava apanhando da polícia nesses dias tumultuados. Outros diziam que eram policiais infiltrados nas manifestações que iniciavam o tumulto para justificar a ação truculenta da polícia. É só pesquisar na internet sobre: “Mídia Ninja”, “Black Bloc”, "Anonymous", “Protestos e manifestações no Brasil 2013” nas mídias estrangeiras disponíveis na internet, tipo News York Times. Ainda deve está tudo lá. O Brasil virou piada no mundo inteiro por causa desse novo fenômeno chamado redes sociais que disponibilizavam links mostrando em tempo real e sem edição tudo que estava acontecendo por aqui.

Nas nossas mídias tidas até então como oficiais no “padrão plim plim” não vale a pena pesquisar nada, porque a historinha editada por eles foi bem bizarra sempre justificando como necessária a ação dos opressores. Mas deixemos isso pra lá e voltemos a essa história.

***

Enquanto isso a Cigarra enviava e-mails, tentava contato pelo grupo no facebook, marcava as colegas nas postagens para que elas visualizassem obrigatoriamente os dez horários semanais disponibilizados para esses necessários ensaios coletivos, ou incluíssem suas sugestões nas atividades solicitadas pela comissão científica do evento para que recebessem a carta de aceite dentro do prazo estabelecido no edital. Mas a Dona Joaninha sequer respondia os e-mails ou comentava no grupo. Será que ela estava sem internet? Nem o celular ela atendia!

Com as sugestões da Borboleta, da Libélula e uns poucos ensaios conseguiram elencar oito atividades para essa oficina, minuciosamente planejadas pela Cigarra e enviadas dentro do prazo no formato de arquivo solicitado mesmo sem a participação da Dona Joaninha nesse processo. Fazer o quê a essa altura do campeonato?

Mas o tempo foi passando, foi passando ...

E para complicar, nem todas estavam com dinheiro para ir nesse congresso em outro estado e devido à greve acumularam-se trabalhos passados em cima da hora por vários professores para que aquele período fosse validado na escola. Quem tem compromisso com a vida acadêmica sabe o quanto isso é tenso.

Por isso, ficou combinado entre as quatro colegas manter o trabalho inédito. Quando tivesse outro congresso ou seminário num local mais próximo e todas pudessem ir sem altos custos de transporte e estadia poderiam inscrevê-lo novamente e apresenta-lo dignamente sem a pagação de mico costumeira em apresentações improvisadas. Porque embora tenha quem ache que isso é bonito, quem tem um mínimo de consciência crítica sabe o quanto é triste e deprimente, apesar de sempre ter aplausos no final das apresentações. Semelhante aos cerimoniais de enterro nos cemitérios.

Porém, a Dona Joaninha mesmo sem escrever sequer uma linha, participar de pelo menos um ensaio ou solicitar às suas colegas as autorizações assinadas, que ainda estão sinalizadas no site do evento como obrigatórias nesse renomado congresso, foi lá e fez a apresentação na maior cara de pau como se a oficina proposta se resumisse a uma apresentação oral de um trabalho escolar escrito por ela sobre o que a Cigarra faz . Deve ter sido realmente um momento memorável e muito lindo!

MORAL DA HISTÓRIA:
“Muitas vezes é a falta de caráter que decide uma partida. Não se faz literatura, política ou futebol com bons sentimentos...” *


ENTRETANTO, O QUE A CIGARRA AINDA NÃO DESCOBRIU FOI COMO A DONA JOANINHA FEZ ESSA MÁGICA SEM AS AUTORIZAÇÕES ASSINADAS. MAS TENHO A SUSPEITA DE QUE QUANDO ELA DESCOBRIR TEREMOS A SEGUNDA PARTE DESSA HISTÓRIA.


"QUALQUER SEMELHANÇA COM FATOS REAIS É MERA COINCIDÊNCIA." SÓ QUE NÃO.

*(Na internet dizem que essa afirmação é de Nelson Rodrigues. Mas como não confirmei em fonte segura a autoria cito-o entre parênteses, pois mesmo correndo o risco de estar equivocada acredito que a frase seja desse saudoso gênio).







Fontes:




quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Cabral promete devolver prédio do antigo Museu do Índio aos povos originários

Mônica Vândala

Foto de Mônica Vândala

Num claro recuo a sua política de desocupações arbitrárias, Sergio Cabral Filho, após várias manifestações crescentes pipocando pela cidade desde a desocupação forçada da Aldeia Maracanã no início do ano, que segundo ele era uma exigência da FIFA, promete devolver o prédio do Antigo Museu do Índio aos povos originários. Menos mal.

Nosso governador está sentindo na pele o peso da sua impopularidade enquanto o brasileiro toma consciência da força das redes sociais que disponibilizam vídeos às mídias internacionais praticamente em tempo real mostrando o poder de um povo e os gritos que vem das ruas organizando as manifestações reais por eventos virtuais que se multiplicam em compartilhamentos no Facebook numa progressões geométricas até então inimaginável ser possível em terras tupiniquins sem o apoio sindical. 

Vivemos outros tempos onde o povo cansou de ser mal representado pelos que levam generosas verbas de nossos impostos e botam panos quentes no que bem lhes convém. Cansamos de assistir tudo terminar em pizza.

As grandes mídias nacionais oficiais também foram alvos da insatisfação popular e sofreram depredações e vaias, enquanto a internet mostrava a veracidade dos acontecimentos pela brava Mídia Ninja e seus celulares.

Cabral teve direito a acampamento de resistência e protestos praticamente diários na porta de sua residência no Leblon desde a Copa das Confederações. 

Os efeitos das bombas de gás lacrimogênio e spray pimenta jogados pela sua Tropa de Choque em cima dos manifestantes pacíficos que exerciam seu direito democrático de protestar foi sentido por muitos dos seus vizinhos na zona sul. Muito chato isso bem na sua porta. Dizem que ele até ficou deprimido.

Porém, quando essa truculência policial é nas nossas favelas cariocas as balas são de verdade. O couro come e ninguém viu. É a lei do silêncio que garante a sobrevivência nas comunidades. Resta a dor às famílias dos tantos Amarildos desaparecidos e esquecidos às suas poucas sortes. 
#CADÊAMARILDO?

Mas a verdade é que esse povo mascarado que está nas ruas do Rio do Janeiro defendendo a ideia de uma cidade melhor para todos me representa mais que nossos políticos e seus altos salários. É o sangue de índio, de negro e de branco. Tudo junto e misturado pulsando nas veias com alma endiabrada de vândalo indignado que luta por direitos que foram usurpados por vocês, nossos digníssimos representantes que dentre outros delitos mais graves manipulam e omitem as informações que lhes convém. 

Espero que as várias etnias de amigos indígenas que conheci na Aldeia Maracanã, Tukanos, Apurinãs, Puris, Pataxós, Guaranis, Guajajaras e outras que posso ter esquecido de mencionar, acendam o cachimbo da paz e saiam todas lucrando com um espaço para uma aldeia urbana bem arborizado (Jacarepaguá) e um centro cultural (Antigo Museu do Índio). 


Foto de George Magaraia

"A secretária acenou ainda com a disposição do governo em considerar a instalação deste Centro no prédio do antigo Museu do Índio, no Maracanã, como era o desejo do movimento.  As moradias para os indígenas continuarão a ser planejadas para Jacarepaguá ou para algum outro local que seja encontrado de comum acordo entre o governo e o grupo. 
Foto do Centro Indígena em Jacarepaguá

A Secretária solicitou, ainda, que os presentes – representantes de diversas etnias, como Afonso Apurinã, CarlosTukano, Garapirá Pataxó, Marize Guarani, Iracema Pankararu   - mobilizassem lideranças de outras etnias para participar das próximas reuniões e contribuir para uma construção coletiva dos fundamentos do projeto."


FONTES:


sexta-feira, 26 de julho de 2013

DIREITOS AUTORAIS NO TRABALHO ACADÊMICO




  • Resumo: O presente artigo tem como escopo contribuir com a difusão dos direitos autorais entre os estudantes que vivem à guisa da produção de obras intelectuais quer no âmbito da graduação ou da pós-graduação. Visa, sobretudo, transmitir informações doutrinárias e legais, a fim de que produzam seus trabalhos acadêmicos com maior consciência e segurança, sem que venham a incorrer em crassa violação de direitos de autor por falta de conhecimento, quer seja o plágio, contrafação ou outros ilícitos civis e penais. Para que a violação não ocorra, é necessário reconhecer que o trabalho acadêmico é obra intelectual, caracterizado como documento e, portanto, protegido pela legislação pátria desde a Constituição Federal até a lei específica de direitos autorais, bem como pelos acordos e tratados internacionais dos quais o Brasil é país signatário. Logo, sua violação é tipificada como crime. Além da orientação de que as normas insculpidas na legislação autoral devam ser seguidas, a fim de se reconhecer a necessidade e a importância das citações de autores consagrados e suas obras, ainda que estejam em domínio público, em paralelo, chama-se a atenção para que as normas editadas pela ABNT sejam igualmente seguidas. Desse conjunto, evidentemente sem se olvidar da leitura, do estudo e da pesquisa, ao redigir os trabalhos acadêmicos o estudante estará contribuindo para o desenvolvimento do tema e para a construção do conhecimento. 
Palavras-chave: direitos autorais; trabalho acadêmico; documento; plágio; domínio público



  • "O direito moral dá ao criador a garantia de menção de título e nome de sua obra, opor-se a alteração que possa prejudicá-la, ou à sua reputação, modificá-la sempre que quiser, retirá-la de circulação e mantê-la inédita."

Ou seja, 

  • "O autor tem direitos sobre o que cria"




FONTES:

DIREITOS AUTORAIS NO TRABALHO ACADÊMICO

NEM TUDO QUE PARECE É: ENTENDA O QUE É PLÁGIO

LEI 9.610/98