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quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Cabral promete devolver prédio do antigo Museu do Índio aos povos originários

Mônica Vândala

Foto de Mônica Vândala

Num claro recuo a sua política de desocupações arbitrárias, Sergio Cabral Filho, após várias manifestações crescentes pipocando pela cidade desde a desocupação forçada da Aldeia Maracanã no início do ano, que segundo ele era uma exigência da FIFA, promete devolver o prédio do Antigo Museu do Índio aos povos originários. Menos mal.

Nosso governador está sentindo na pele o peso da sua impopularidade enquanto o brasileiro toma consciência da força das redes sociais que disponibilizam vídeos às mídias internacionais praticamente em tempo real mostrando o poder de um povo e os gritos que vem das ruas organizando as manifestações reais por eventos virtuais que se multiplicam em compartilhamentos no Facebook numa progressões geométricas até então inimaginável ser possível em terras tupiniquins sem o apoio sindical. 

Vivemos outros tempos onde o povo cansou de ser mal representado pelos que levam generosas verbas de nossos impostos e botam panos quentes no que bem lhes convém. Cansamos de assistir tudo terminar em pizza.

As grandes mídias nacionais oficiais também foram alvos da insatisfação popular e sofreram depredações e vaias, enquanto a internet mostrava a veracidade dos acontecimentos pela brava Mídia Ninja e seus celulares.

Cabral teve direito a acampamento de resistência e protestos praticamente diários na porta de sua residência no Leblon desde a Copa das Confederações. 

Os efeitos das bombas de gás lacrimogênio e spray pimenta jogados pela sua Tropa de Choque em cima dos manifestantes pacíficos que exerciam seu direito democrático de protestar foi sentido por muitos dos seus vizinhos na zona sul. Muito chato isso bem na sua porta. Dizem que ele até ficou deprimido.

Porém, quando essa truculência policial é nas nossas favelas cariocas as balas são de verdade. O couro come e ninguém viu. É a lei do silêncio que garante a sobrevivência nas comunidades. Resta a dor às famílias dos tantos Amarildos desaparecidos e esquecidos às suas poucas sortes. 
#CADÊAMARILDO?

Mas a verdade é que esse povo mascarado que está nas ruas do Rio do Janeiro defendendo a ideia de uma cidade melhor para todos me representa mais que nossos políticos e seus altos salários. É o sangue de índio, de negro e de branco. Tudo junto e misturado pulsando nas veias com alma endiabrada de vândalo indignado que luta por direitos que foram usurpados por vocês, nossos digníssimos representantes que dentre outros delitos mais graves manipulam e omitem as informações que lhes convém. 

Espero que as várias etnias de amigos indígenas que conheci na Aldeia Maracanã, Tukanos, Apurinãs, Puris, Pataxós, Guaranis, Guajajaras e outras que posso ter esquecido de mencionar, acendam o cachimbo da paz e saiam todas lucrando com um espaço para uma aldeia urbana bem arborizado (Jacarepaguá) e um centro cultural (Antigo Museu do Índio). 


Foto de George Magaraia

"A secretária acenou ainda com a disposição do governo em considerar a instalação deste Centro no prédio do antigo Museu do Índio, no Maracanã, como era o desejo do movimento.  As moradias para os indígenas continuarão a ser planejadas para Jacarepaguá ou para algum outro local que seja encontrado de comum acordo entre o governo e o grupo. 
Foto do Centro Indígena em Jacarepaguá

A Secretária solicitou, ainda, que os presentes – representantes de diversas etnias, como Afonso Apurinã, CarlosTukano, Garapirá Pataxó, Marize Guarani, Iracema Pankararu   - mobilizassem lideranças de outras etnias para participar das próximas reuniões e contribuir para uma construção coletiva dos fundamentos do projeto."


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