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quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Tombamento do Centro Cultural Indígena - Aldeia Maracanã

Todas as nossas forças na aprovação dessa lei

O respeito aos povos indígenas do país é um pilar da democracia brasileira. Com o intuito de fincar ainda mais essa bandeira na cidade do Rio de Janeiro, os vereadores Reimont (PT) e Eliomar Coelho (PSOL) apresentaram à Câmara do Rio o Projeto de Lei nº 1536/2012, que dispõe sobre o tombamento do Centro Cultural indígena da Aldeia Maracanã, no antigo Museu do Índio, situado à Rua Mata Machado, 127, Maracanã.

Segundo a proposta, o prédio, tombado por seu relevante valor arquitetônico, histórico e cultural, será destinado ao usufruto exclusivo da Cultura Indígena, promovendo assim a preservação dos costumes, crenças e tradições destes povos. A lei ainda obriga o Poder Executivo a realizar a inscrição deste tombamento no Livro de Tombos dos Bens Culturais do Município, tal como consta no Registro Geral de Imóveis (RGI) e nos livros de Saberes e Lugares no prazo de quinze após a publicação desta Lei, se a mesma for aprovada.

"O tombamento tem seu fundamento não apenas em sua preservação, tendo em vista o precário estado de conservação, mas ajudará no trabalho de revitalização da própria área em que se insere o imóvel", justifica Eliomar Coelho, um dos autores do projeto. "Sua importância também se deve ao fato de ser o Centro Cultural Indígena da Aldeia Maracanã uma referência centenária para a população indígena da cidade do Rio de Janeiro, desde as expedições de Rondon, e posteriormente por abrigar o Museu do Índio", finaliza o vereador Reimont, também autor da matéria.


Fonte: http://www.camara.rj.gov.br/noticias_avisos_detalhes.php?m1=comunicacao&m2=notavisos&id_noticia=4813

7 comentários:

  1. Sei, sei... fala sério, Sr. Prieto!!!

    Vai querer nos convencer que são " Os mesmos que levam índios de ônibus especial para invadir o canteiro de Belo Monte, que também não está sendo construído em reserva, apesar de veicularem essa fábula? Daqui a pouco vão criar a 'aldeia Copacabana' e a 'aldeia Ipanema' (nomes índios, um do altiplano e outro local)..."

    Parece até piada! Só que não.

    Como foi informado por e-mail, está disponível na internet um documentário bem interessante e esclarecedor sobre esse contexto que atualmente vivenciamos em nossa cidade maravilhosa com “índios urbanos no caminho da Copa”, com necessidades reais de se aculturar e lutar pelo seu direito de apropriação de um patrimônio histórico e cultural (1910) abandonado e mais velho que o próprio estádio do Maracanã.

    Nem o descaso de nossos governantes fez aquela grandiosa construção desabar sozinha. Agora querem a qualquer custo e sem consulta popular derrubá-la, por pura vaidade urbanística. Até a falsa alegação de que era exigência da FIFA para os jogos da Copa foi desmentida publicamente pelo órgão oficial do futebol. Os interesses estatais são obscuros para os meros contribuintes, e isso, independe da ideologia do partido político que estiver no poder. É o lado nojento da política que sempre se compromete com seus colaboradores.

    CORUMBIARA é um documentário sério que mostra como uma tribo foi dizimada em plena Amazônia na década de 80 e como “oficialmente” o assunto foi tratado pelas autoridades e pela mídia. Uma denúncia de como os direitos indígenas são desrespeitados em nosso país, e talvez o motivo principal para que não acreditemos no lindo discurso ambiental e hipócrita das nossas reservas indígenas e aceitemos de vez que o índio, mesmo que para voltar a viver na floresta precisa aculturar-se nos centros urbanos para tentar defender-se de nossas leis nas aldeias que os alocamos. Confira:

    http://www.youtube.com/watch?v=2sKHJ6GdUf4
    “Em 1985, o indigenista Marcelo Santos, denuncia um massacre de índios na Gleba Corumbiara (RO), e Vincent Carelli filma o que resta das evidências. Bárbaro demais, o caso passa por fantasia, e cai no esquecimento.
    Marcelo e sua equipe levam anos para encontrar os sobreviventes. Duas décadas depois, "Corumbiara" revela essa busca e a versão dos índios...”

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  2. Não entendi o paralelo com Corumbiara. Os atuais índios que ocupam o local, (Ocupa Maracanã, depois chamado de Aldeia Maracanã) são de outras regiões e foram levados para lá pelo pessoal do PSOL. Uma de suas ongs, sediada em Porto Alegre, chamada 'Defender', é a que move a campanha junto ao MPF e a Defensoria pública para impedir a retirada dos invasores. Imóveis públicos não estão sujeitos a usucapião, como manda a CF/88. A ocupação é recentíssima: tenho fotos recentes do prédio sem sua atual pintura tribal. Morei ali perto. Visitei o museu que funcionou por 24 anos ali, minha avó era estudiosa de línguas. Não havia índios, salvo um ou outro professor de tupi. O atual museu, onde se encontra o acervo indígena, se encontra em funcionamento há 35 anos em Botafogo. Cara Mônica, cheguei a esse site pelo seu nome. Acho legal que as pessoas tenham causas, mas que assumam o real caráter de cada demanda. É lance de promoção de partido, ainda que tenha gente entrando junto que não tem nem noção disso.

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    1. Aquele prédio ficou abandonado por décadas pelo poder público. Ocupado talvez por carrocinha de ambulantes que trabalhavam no entorno do Maracanã em dia de jogos.
      Alguns indígenas que estão lá desde 2006 ( Movimento Tamoio) vieram ao Rio para estudar, alguns até como bolsistas outros como artesãos, e sem ter um polo como referência urbana ocuparam aquele imóvel abandonado.
      O paralelo com Corumbiara é para esclarecer o pq temos índios em contexto urbano e politizados apenas pq mesmo em seu território de origem, com terras demarcadas os índios do documentário (em pleno séc. XX) foram dizimados pela ganância da exploração de madeira pelo homem branco, aculturado, civilizado e por mais que se tentasse provar o contrário a mídia ficou do lado dos que tinham dinheiro ou apadrinhamento político. Se temos conhecimento dessa atrocidade é por conta da internet;
      Eu defendo a ideia daquele imóvel como um centro cultural indígena simplesmente pq eu defendo a multiculturalidade, e a educação:
      1. Pelo que pesquisei acredito que aquela área foi doada pelo Duque de Saxe, no tempo do Império para as causas indígenas; (e tb não acredito que o governo estadual tentasse negociar se os ocupantes da Aldeia Maracanã nenhum direito tivessem aquele território);
      2. acredito também que o transporte coletivo, principalmente para um evento como a Copa e com um número reduzido de ingressos se compararmos com o público que o Maracanã no passado contemplou, é que tem de ser eficiente e não o número de vagas em estacionamentos;
      3. A Copa dura uma semana para uns poucos abonados assistirem os jogos nos estádios, e um Centro Cultural fica para a população;
      4. E pq no projeto oficial de anúncio das obras do entorno do Maracanã aquele prédio aparece restaurado (administarado por quem? Eu ainda não sei)
      https://dl.dropbox.com/u/7835523/Odia_Sexta_18012013_burlemarx.jpg

      Até o dia do índio ser 19 de abril tem a ver com a inauguração do museu do índio por Darcy Ribeiro naquele prédio onde funcionou o SPI do Marechal Rondon.

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  3. Em tempo: o Museu foi criado em 1953, o Maracanã foi feito para a Copa de 1950 (é anterior ao museu).

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    1. Sei disso. Mas o serviço de proteção ao índio - SPI, que teve como diretor o Marechal Rondon é anterior ao estádio do Maracanã, foi criado em 1910 e aquele prédio já existia.

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    2. Um pouco da história daquele casarão, e porque não a demolição da Aldeia Maracanã.
      Por Ana Amélia Mello Franco
      http://www.youtube.com/watch?feature=endscreen&v=YDOWVgXl0Ps&NR=1

      Lia Motta IPHAN
      http://www.youtube.com/watch?v=Z9YRvi_Aq2A&feature=share

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